Professores cobram ‘ganho real’ no reajuste salarial da categoria

Profissionais criticaram a proposta do Prefeito David Almeida (Avante) de um aumento de apenas 5,48%

Manaus – Professores da rede municipal de ensino voltaram a ocupar as galerias da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira(16) para reivindicar por um ‘ganho real’ no reajuste salarial dos educadores. Eles criticaram a proposta do Prefeito David Almeida (Avante) de um aumento de apenas 5,48%, que não atende a necessidade da categoria.

A categoria reivindica que o Projeto de Lei 350/25, de autoria do poder Executivo, seja retirado de pauta. A matéria fixa o índice de recomposição das remunerações dos profissionais da educação da Secretaria Municipal de Educação (Semed) em 5,48%. Para os professores, esse reajuste não atende às necessidades da categoria.

Mais de 50 professores elevaram cartazes e fizeram gritos de guerra para que a reivindicação seja atendida pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) e para que os vereadores da cidade façam intermediação nas negociações.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina Rodrigues, subiu à Tribuna da CMM e argumentou que o percentual oferecido pela prefeitura não corresponde ao que ela considera um verdadeiro “ganho real” para os profissionais.

“Há mais de dez anos não temos o que chamamos de ‘ganho real’ pela prefeitura de Manaus”, enfatizou.

Em sua fala, a presidente do Sinteam elencou quatro pontos cruciais que, de acordo com o sindicato, têm prejudicado severamente os profissionais da educação na capital. Um dos pontos no discurso, Ana Cristina aponta que vereadores junto coma Prefeitura se reúnem para tomar decisões sem antes consultar a categoria.

“Se troca a data-base dos trabalhadores dentro desta casa [CMM] junto com a Prefeitura sem consultar os trabalhadores, causando a celeuma que está hoje”, disse Ana.

Ana Cristina também destacou que o cálculo da prefeitura estaria sendo feito com base em março, quando a data-base, que seria maio, foi unificada para junho, o que, segundo ela, implica em um percentual maior devido à inflação acumulada.

“Se coloca o percentual de data-base dos trabalhadores em educação para 1º de março que não consta em lei nenhuma municipal que os trabalhadores em educação têm sua data-base em março. O que causa uma injustiça inflacionária dentro do bolso do trabalhador.

Como terceiro ponto e quarto ponto, a presidente do Sinteam foi enfática ao afirmar a falta de transparência com relação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no portal e que a Prefeitura de Manaus tem recursos financeiros para atender à demanda dos educadores.

“A falta de transparência é um fato em relação a aplicação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), embora o grosso esteja no Portal da Transparência. Há um lastro que a própria Prefeitura tem dentro da Lei de Resposanbilidade Fiscal que não chega nem perto do limite prudencial. Portanto, o discurso de que não há dinheiro para pagar os trabalhadores de educação não cabe. Porque há dinheiro e há como fazê-lo”, disse Ana.

A educadora também aproveitou a ocasião para pedir valorização e melhorias de condições de trabalho principalmente na zona ribeirinha.

A coordenadora do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom), Helma Sampaio, afirmou que desde o dia 9 de junho tem buscado apoiar uma emenda ao Projeto de Lei, que reajusta o salário da categoria para 10%, mas a emenda foi derrubada pelos parlamentares de base.

“Foi detectado reajustar o período de inflação. Em 5,48% não cobre nem as prévias salariais dos professores. Com o projeto retirado de pauta a mesa de negociação pode reabrir”, disse Helma.