Levantamento compõe estratégia do Plano Brasil Sem Fome e considera o período de novembro de 2024 a maio de 2025. País tem mais de 1 milhão de domicílios em risco de insegurança alimentar.

Entre novembro de 2024 e maio de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) identificou que 1,4 milhão de domicílios estavam em risco de insegurança alimentar. Capitais do Nordeste e do Norte são as que têm mais lares nessa situação.
O levantamento foi feito a partir de um questionário aplicado na atenção primária, chamado de “Triagem para Risco de Insegurança Alimentar”, usado para identificar famílias sem acesso regular e suficiente a alimentos nutritivos.
A ideia é detectar precocemente situações de vulnerabilidade e orientar políticas de cuidado para garantir alimentação adequada.
Parâmetros internacionais
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) define os níveis de insegurança alimentar:
Grave: quando pessoas ficam sem comida, podendo passar um ou mais dias sem se alimentar.
Moderada: quando há incerteza sobre a obtenção de alimentos, com necessidade de reduzir a qualidade e/ou quantidade do consumo.
Capitais mais afetadas
As maiores proporções de domicílios em risco foram registradas em:
- Salvador (27,3%)
- São Luís (27,1%)
- Belém (24,3%)
- Boa Vista (23,7%)
- Manaus (18,1%)
Segundo Ramonildes Gomes, pesquisadora da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), os números refletem desigualdades históricas.
“Estamos falando de regiões onde a maior parte da população é negra, de comunidades e povos tradicionais, indígenas, camponeses e agricultores familiares. É, sobretudo, nas periferias dessas capitais que vivem as famílias mais pobres”, afirmou.